- 08/07/2020
- Posted by: Agência ARX
- Category: Dicas

Quase quatro meses desde que iniciaram as medidas de distanciamento social no Brasil devido à pandemia da COVID-19, a população ainda se esforça para conseguir se adaptar às novas rotinas e hábitos. Em uma nova realidade onde passamos quase o tempo todo dentro de casa, o digital torna-se não apenas um refúgio e principal forma de entretenimento, mas também um grande aliado dos consumidores – e das empresas.
Desde que as medidas mais rigorosas de prevenção do contágio foram impostas em todo o país, empresas de diversos segmentos se viram obrigadas a fecharem suas portas. Para o setor varejista, o impacto foi grande, já que as compras em lojas físicas ainda representam a maior parte do seu faturamento.
Da noite para o dia, as empresas viram a internet se tornando o único canal de venda e até mesmo de contato com seus consumidores. Embora em 2019 já houvesse um avanço na presença digital do varejo, dados da Statista mostram que apenas 14% das vendas do setor em todo o mundo provinham do comércio eletrônico. Em tempos de Coronavírus, essa mudança de chave foi forçada e a transformação digital tornou-se um tópico de primeira importância para o setor.
As restrições de locomoção e de abertura dos comércios já estão forçando mudanças nos hábitos de consumo. No Brasil, segundo dados da Criteo, 67% dos consumidores afirmam que pretendem fazer mais compras online do que faziam antes. Mais importante ainda é a descoberta em pesquisa recente da Nielsen em que 31% dos entrevistados afirmam que fizeram sua primeira compra online durante a pandemia.
Entre os itens mais buscados pelos consumidores, estão os produtos que facilitam a vida na quarentena, como eletrônicos, itens para home office e roupas confortáveis para ficar em casa. Segundo a Criteo, percebe-se que as pessoas estão preferindo gastar mais com itens que aumentem a qualidade de vida, mesmo que esses não sejam essenciais.
Esses novos comportamentos de compra online já estão sendo percebidos com força no mundo inteiro, mas também aqui no Brasil. Segundo o relatório Webshoppers, do Ebit, o comércio eletrônico teve um crescimento de 48,3% entre a primeira quinzena de março e o final de abril, em comparação ao mesmo período no ano anterior. Lojas de setores como saúde e alimentação apresentaram aumento de até 180%, de acordo com a ABCOMM – Associação Brasileira de Comércio Eletrônico.
Mesmo em um período de retração econômica, vê-se que nem tudo está perdido: o digital é um caminho para recuperar as vendas, fortalecer a marca e se mostrar presente no momento em que o consumidor mais precisa. Os varejistas que já apostavam no comércio digital estão vendo um novo caminho em meio à crise e pretendem fazer diferente daqui pra frente.
Mas e quem tem apenas loja física e ainda não está na internet? Na falta de um e-commerce estruturado, alguns pequenos varejistas estão recorrendo aos marketplaces e redes sociais para anunciar seus produtos. Uma tendência no Brasil é a abertura de espaço nas plataformas digitais das grandes varejistas, como Magazine Luiza e Americanas, para que pequenas lojas do setor possam comercializar seus produtos. Em troca da infraestrutura e logística, as empresas cobram uma comissão em cima das vendas.
Além disso, o varejo como um todo, dos grandes aos pequenos, está apostando na integração das vendas pelo WhatsApp, colocando seus times de vendedores à disposição dos consumidores nesse novo formato de atendimento. Pela plataforma de conversação, é realizada quase toda a transação comercial, que pode ser finalizada por ali mesmo ou encaminhada para a loja virtual. Nesse cenário, as lojas físicas tornam-se apenas pontos de entrega dos produtos – uma tendência que deve crescer mesmo após a pandemia.
Não há como negar que o impacto da COVID-19 foi grande no varejo, e na economia como um todo, porém o digital mais uma vez mostrou sua força para transformar negócios e ampliar relações entre marcas e consumidores. A transição do cenário offline pro digital mais do que nunca se faz necessária: é a receita dos novos tempos.